Eles brigam dia sim, dia sim. Têm valores parecidos, mas, outros, divergentes. Um quer a terra, outro, o céu. Ela não tem medo de amar, não tem medo de dizer, não tem medo de sofrer. Ele não sabe o que sente, o que pensa, o que deseja. Ela sabe, ela tem certeza. Ele vaga pelo desespero de não saber. Ela vive intensamente, quer aprender, deseja extrapolar limites. Ele preza o conhecido, tem medo de ver coisas novas. Ela quer enfrentar os problemas, e acha que sempre pode vencê-los. Ele se senta à frente deles e não sabe por onde começar. Ela é cheia de movimento. A ele, falta energia. Ela transborda emoções. Ele se contém. Ela abre os braços para o mundo. Ele se fecha na salinha. Ela é instável. Ele curte o equilíbrio. Ela quer acreditar que vai dar certo. Ele acha que nunca será o suficiente.
E os dois pensam. E sofrem. E se punem. E se destróem. Estão num círculo vicioso, num buraco que não finda. E poderiam simplesmente estar juntos. Apenas juntos e felizes, sem pensar, nem cobrar ou falar. Juntos.
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