09/02/2008

As duas caras de um cobrador

O cara era super gentil, prestativo. Cobrador de lotação em São Paulo. Ajudava velhinhas, perguntava aos passageiros onde precisavam ir para indicá-los onde descer, sobretudo aos com olhar perdido, em dúvida em relação ao trajeto do coletivo. Ele até pedia ao motorista para abrir a porta fora do ponto, para facilitar a vida dos passageiros.

Mas este homem tinha uma vida dupla. E, sem cuidado algum, expunha suas atividades paralelas. Ao aparelhinho da Nextel (que TODO cobrador ADORA bater papo), falava em alto e bom tom a, certamente, outro cobrador:

<<depois de contar uma história sobre a loira do prédio onde o amigo mora, no Lauzanne>>

- Chegou uma coisa para mim, bastante. Você quer que eu te leve? Posso passar na sua casa hoje.

<<silêncio>>

- Não, aquela parada, 100%. Chegou, cara, vou te levar, firmeza? Você não quer?

<< o interlocutor certamente falou sobre o motorista, que estaria escutando aquela negociata>>

- Ih, mano, fica tranqüilo. Esse cara é novo, mas é confiável. Lá do Lauzanne também. Sussa.

<<silêncio>>

- Sabe o gordão, mano? O cara tava devendo muito e o patrão mandou ele embora. Não pode vacilar né, mano? Mas esse aqui é firmeza, pode confiar. O patrão só não gosta que a gente fique fumando, né?

Um comentário:

mari gomes disse...

hummmm

do q será q eles estão falando???

rs