21/02/2008

terra até o nariz

Pobre só se fode. Mesmo quando tem acesso a luxos, ainda que morto. Explico: um dos operários que morreram no buraco do metrô, em Pinheiros, era motorista de caminhão. Transportava 30 toneladas de terra por dia. E foi morrer debaixo dela.

O velório aconteceu em sua casa, em Francisco Morato, na Grande São Paulo. Chovia muito no dia e o carro fúnebre não conseguiu vencer o atoleiro das ruas de terra. Resultado: 20 homens carregaram o caixão, subindo uma ladeira de 200 metros até o asfalto. De lá, partiram, novamente motorizados, em direção ao cemitério.

E não é que a cova era muito pequena para o caixão? Como a família é humilde, cavaram um jazigo de medidas populares. E o motorista ganhou um caixão super-luxe da concessionária responsável pela construção do metrô. E o coitado foi enterrado de ladinho, para caber na cova. Tudo errado!

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