26/07/2010

Buenos Aires - dia 15

05/setembro

14h

Chegamos bem a Buenos Aires e fomos para o hostel. Lá, deixamos as malas porque não tinha dado 12h, a hora do check in. Fomos para o Buenos Aires Design, na Recoleta, comprar presentes. Estamos bem cansados - queríamos fazer um conversote no parque, mas não vai rolar. Além disso, eu e o Thomi estamos meio gripados, deve ser do vento gelado e da neve.

Estamos em um hostel no coração de Palermo Soho, super bem localizado, mas meio tosco. Não conseguimos quarto com cama de casal nem banheiro. Nem toalha tem - custa 5 pesos. Mas é um lugar bacana, apesar do vasamento no banheiro.

Fomos comer no Bar 6, na rua Armenia. Pedimos o menu fechado. De entrada, uma berinjela caprese deliciosa. Meu prato principal foi merluza, e do Thomaz, nhoque. Vem uma taça de vinho ou outra bebida - o vinho vem na famosa jarra em forma de pinguim. A comida estava muito boa, a merluza veio com uma cobertura crocante de milho. Depois, fomos dormir. Descansar é preciso.

21h45

Estamos num bar na Plaza Serrano (Cronico Bar) e tem um monte de brasileiro assistindo ao jogo contra a Argentina. Está 2 x 0 para o Brasil. É incrível como o bar segura a entrada das pessoas para não ficar lotado demais (no Brasil, ia ficar amarrotado de gente). Foi um gol do Luisão e outro do Luís Fabiano. Estamos tomando Stella Artois de 1 litro (20 pesos) com amendoim na casca - muito roots!!!

Conhecemos pessoas do Recife que moram aqui em BsAs. Queremos lo mismo!

23h35

O jogo acabou em 3 x 1 para o Brasil, mais um gol o Luís Fabiano. O bar deu uma esvaziada depois do jogo, nós tomamos 5 litros de cerveja e quedamos borrachos! Yo y Thomito hacemos un pacto para hablar somente en español hasta el fin de viaje. El está comiendo los amendoins, el fue abduzido por ellos. Yo no sé escribir... ahahaha

Mendoza/Buenos Aires - dia 14

04/setembro

14h35

Acordamos bem tarde e saímos do hotel. Chamamos um táxi que demorou meia hora para chegar! Deixamos nossas malas num armário na rodoviária e fomos para o centro almoçar. Agora estamos num restaurante super simpático que fica no meio de uma galeria chicosa da Av. San Martín. O café-restaurant chama-se Bizzarro. o TO+ pediu sorrentino e eu fui de menu executivo, para variar (porque gostei do prato servido na mesa ao lado): cerdo com salsa de ananá e papal al miel (carne de porco com molho de abacaxi e batata ao mel). Não sou muito fã de carne de porco, mas esta estava maravilhosa! Claro que o TO+ comeu metade do meu prato, que estava muito mais gostoso que o dele. No restaurante, a cesta de pão era literalmente feita de pão (foto acima)!!! Muito divertido.


14h45

Saímos do restaurante e: surpresa!! Todo o comércio estava fechado. Fomos até o Havanna mais próximo para tomar café e compramos uma revista especializada em vinho. enquanto o TO+ a lia, eu peguei o caderno de Cultura do jornal Los Andes. e descobri que um grupo famoso de rock, Kapanga, estava no Ibis com a gente. Incrível! Um deles (o que eu reconheci na foto do jornal) veio falar comigo ontem à noite enquanto eu fumava fora do hotel. Ele me perguntou se eu tinha ido esquiar (por causa da marca ridícula dos óculos) por um dia ou uma semana... Depois que eu falei que estava viajando com meu namorado, ele desconversou e foi embora. Ahahahahah, safado!

19h30

Estamos no ônibus extra-comfort-plus-master para Buenos Aires (foto ao lado). Antes, ficamos umas 4h sem fazer nada em Mendoza, porque das 13h às 16h30 é hora da ciesta na cidade, ou seja, todo o comércio fecha, menos os bares-restos-cafés. Ficamos no calçadão tomando vinho num copo de plástico - pobreza (foo abaixo)! Depois o TO+ comprou uma jaqueta de couro muito bonita! Antes de irmos para a rodoviária, paramos na taverna do Moe e eu tomei uma cerveja negra Modelo, do México (o Moe tá chique!) O TO+ quis pegar as duas poltronas da frente para ficar de cara no vidro do ônibus de dois andares. Eu não queria! Benfeito para ele! Ficou sem televisão - não tinha TV no banco dele. eu tenho a minha própria e ele terá de ver os mesmos filmes que eu. Rá!



20h35

O fone de ouvido do TO+ não funcionava, já que ele não tinha uma TV só para ele. Resultado: tivemos que falar com um americano que estava atrá da gente e sozinho para mudar de lugar. A pobre da rodomoça não falava uma só palavra em inglês e nos pediu para negociar com o moço. Mas ele foi gentil e, mesmo antes de levantarmos, ele já havia entendido que estávamos com "problemas" e veio oferecer para trocar.

Tomamos vinho tinto na cena e, depois, espumate e uísque (eu e o TO+, respectivamente). O serviço aqui é chique!

P.S.: Tombo - ontem eu descobri um puta roxo na bunda, deve ser de um dos 78 tombos que levei na neve, ou resultado de todos juntos.

Mendoza/Los Penitentes - dia 13

03/setembro

Foi às 5h que acordamos. Um sofrimento. O Ibis tem calefação e o TO+ ficou com muito calor à noite. Tivemos que abrir a janela e perder algumas preciosas horas de sono (abrir janela = muito frio, para quebrar o abafado da calefação). Umas 5h15 eu liguei para a recepção para pedir um táxi, afinal, nosso ônibus para Los Penitentes, a estação de esqui, saía às 6h da rodoviária. Descemos às 5h30 e nada do táxi chegar. 5h35, 5h40... 5h46, saímos correndo para pegar o busão. O pior é que não tínhamos moedas suficientes para dois passageiros. Pagamos só uma. O motorista não estava nem aí (lá não tem cobrador, você coloca as moedas em um equipamento que fica ao lado do motorista). Como tem um busão atrás do outro, o motora estava fazendo hora, foi bem devagar. E eu, xiliquenta! O percurso poderia demorar uns 7 minutos, mas demorou mais de 15.

Chegamos às 6h e pouco à rodô, num puta frio e debaixo de uma chuva gelada e fina. Corremos o pátio dos ônibus atrás do nosso, que, felizmente, ainda não havia partido - debaixo de chuva e muito frio. Saímos às 6h15 da rodô num ônibus tâo confortável quanto o que nos trouxe de Buenos Aires a Mendoza, com a diferença que essa viagem duraria apenas 3h30. E a paisagem é maravilhosa!

15h45

Eu escolhi esqui e, o TO+, snowboard. Acontece que ele mal conseguiu colocar a prancha, quanto mais ficar em pé e, pior, se equilibrar. Nas primeiras tentativas eu só tomei tombo. o TO+ não conseguiu nem subir até o topo da rampa menor (para crianças, iniciantes e toscos como nós). Achou difícil ser guiado pelo puxador. Difícil, não, impossível! Eu até que passei bem essa fase (tem que tomar cuidado para não cair e levar uma puxadorzada na nuca), mas depois, só tombos. A gente cansou de ficar mais no chão do que em pé (ele mais do que eu - só conseguiu se manter em pé para tirar foto) e resolveu visitar a segunda base da estação, lá em cima (a descida é só para profissa). E o nosso ingresso era de profissa (e mais caro) e só podíamos subir no teleférico com os equipamentos nos pés. Para mim não foi tão difícil, mas para o TO+...

Chegamos lá em cima e eu quase desci pista abaixo. Ventava muito, chegamos a pegar uma mininevasca. Puta frio do caralho! Acho que fazia uns -10ºC!! Mesmo com a boca fechada, nossos dentes doíam muito. Depois da bela e gelada vista, voltamos para a primeira estação, de teleférico, é claro! Não seríamos loucos de tentar descer a neve. Iríamos nos acidentar com certeza. P.S.: NINGUÉM desce de teleférico!!

Na volta, o Thomaz devolveu a prancha e eu fiquei me divertindo com o esqui. Depois de umas cinco descidas de iniciante, até que melhorei minha performance! Fui mais algumas vezes, mas a barriga do Thomaz começou a roncar, então fomos almoçar num restaurante simples e simpático na estrada, do outro lado da pista. Minha perna estava doendo porque a bota do esqui é muito apertada. Foi bom tirá-la. Eu pedi um executivo de filé mignon (lomo) e o TO+ foi de bife de chorizo com papas fritas. Pra variar, o bife dava para dois, mas como ele é gulosinho, achou melhor não dividir. Descansamos. No restaurante batia um sol desgraçado de quente, apesar de estar abaixo de zero lá fora. Impressionante como o sol é forte, e como faz frio! Resultado: fiquei com anteojos naturales - ou seja, com a marca dos óculos no rosto. Ridículo. Tem que levar protetor solar para esquiar, seja verão ou inverno.

21h10

A viagem de volta foi boa, deu para apreciar melhor a paisagem, que havia sido ocultada pelo manto da madrugada ("manto" por conta do Thomaz). Na televisãozinha do busão passou um filme com o Steve Carell no papel de um Noé contemporâneo que mora em Nova York. Filme bobo, tudo bem.

Saindo da rodô, fomos em direção ao centro para beber un vino e beliscar. Entramos num pub chamado Liverpool, que ficou vazio quando o primeiro tempo do jogo do Boca acabou. O lugar é simpático, bonitinho e tem até uma lareira numa salinha de estar vintage inglesa (pena que a lareira seja falsa). Pedimos umas picadas, e veio uma minialmôndega no molho d-e-l-i-c-i-o-s-a!! Top 10 (está no meio da foto ao lado).

Está fazendo um frio desgraçado. Amanhã pretendemos dar um rolê no centro e conhecer o parque San Martín. Se o frio permitir.

Ahhhh, esqueci uma coisa muitimportante: conhecemos o bar do Moe!! ahahahah

Mendoza - dia 12

02/setembro

Levantamos tarde, 10h, e o projeto de pedalar nos vinhedos foi para o brejo! Ainda bem, porque está um frio de lascar e descobrimos uma miniexcursão que nos levará a duas bodegas (vinícolas, Septima e outra menor) e mais um produtor de azeite, por 50 pesos cada. O recepcionista do hotel que nos indicou. Se for roubada, a gente xinga ele amanhã. Como a excursão só sai às 14h30, tivemos tempo de ir à rodoviária e comprar as passagens de volta para Buenos Aires (suíte royal master plus) e para Los Penitentes, onde esquiaremos amanhã! Eeeeeee


Aproveitamos para dar um breve passeio pelo centro. A cidade é pequena e muito bonita! Há muitos cafés, como em BsAs, onde as pessoas passam longas horas conversando, lendo, usando a rede wi-fi... Acho que o que elas menos fazem é tomar café, ainda que a variedade seja grande no menu - com leite, com espuma, chico, cortado, natural, doble, irlandês ou escocês...


12h50

Estamos sentados em um café/resto aguardando o almoço. De couvert, serviram uns pãezinhos em forma de bola, muito comuns na Argentina, com requeijão com gostinho de presunto, "queso untable". Ele está na foto ao lado, junto com os sorrentinos do TO+ (ele viciou!) e minha salada de frango, abacate, queso azul (roquefort) e folhas verdes. Imensa!

14h40

Saímos para a excursão. A primeira parada foi a Igreja da Madre de la Carrodilla (porque foi vista sobre uma carroça), que é padroeira dos vinhedos. É uma igreja que sobreviveu ao terremoto de 1860, que matou metade da população de Mendoza e derrubou grande parte da cidade. Ao lado da igreja há uma destilaria que faz licores, A La Antigua. É uma bodega familiar, de produção artesanal, criada há 20 anos. Eles também fazem destilados e conservas (salgadas e doces). Experimentamos algumas coisas: irish cream (Baileys) e muerte russa, um licor com pimenta verde. Muy caliente! Comemos dulce de leche com avelãs, muito saboroso. Vamos levar. Queria comer tudo, mas só pode degustar uma coisa :( Agora, partiremos para uma vinícola, provavelmente a Septima - do vinho que tomamos no La Cabrera, em Buenos Aires.



16h30

Mendoza produz vinho há 400 anos. As características do clima da região ajudam essa produção: a diferença entre a temperatura do dia e da noite é a principal, chega a 20ºC. Aqui há muito sol e o solo é árido - a parreira não precisa de muitos nutrientes. Quando a diferença de temperatura é alta, a fruta concentra mais açúcar. Antigamente, os argentinos traziam os vinhos da Espanha, o que era demorado e custava muito. A bebida trazida era para ser usada nas missas católicas, e também para consumo doméstico.

Na década de 70, a região passou a se profissionalizar e mudar a forma de fazer vinho, prestando mais atenção à qualidade. Antes, só havia dois tipos: vinho de mesa e vinho fino. Só.

A Septima é do grupo catalão Cordoniú, famoso pela cava. A família Cordoniú faz vinhos desde 1551. A Septima tem esse nome porque é a sétima bodega do grupo, também está na ruta 7 - e, afinal, 7 é um número de sorte.

Conhecemos os tonéis onde é feita a fermentação, repouso, maceração etc. É tudo muito moderno, frio e silencioso. O vinho fica lá, descansando em paz e no frio. E o cheiro da bodega é delicioso! Tomamos o sauvignon Blanc 2009 e o Cabernet Sauvignon 2007 - ano muito bom para a uva -, que ficou 6 meses no barril de carvalho americano.

Pela lei, não pode produzir vinho e espumante na mesma bodega, ou debaixo do mesmo teto. Isso porque na produção do segundo há adição de açúcar para a liberação de gás carbônico. Vinho com açúcar é vinho falsificado. O que pode acontecer é o fabricante adicionar algum tipo de levedura para acelerar a fermentação, jamais açúcar.

P.S.: O Thominho não para de tirar fotos!



Passamos pelo Rio Mendoza, totalmente seco. A água aqui é racionada e há diques e comportas que refream e controlam sua distribuição. A segunda bodega foi a Carmine Granata, na verdade, uma boutique, porque tem produção artesanal e pequena - 250 mil litros por ano. Os vinhos ficam no subsolo, é super geladinho, mas não há ar condicionado. O equipamento para amassar as uvas é de 1930! O controle da temperatura é natural, tudo como antigamente, "quando o vinho era feito com uva", disse um senhor que nos acompanhava na excursão.

Experimentamos o Cabernet Sauvignon 2007, jovem, suave, frutado e saboroso. Depois, um Pinot Noir 2003 (ou Pinot Negro), que ficou no barril de carvalho francês por 6 meses. Pinot é difícil de cultivar e difícil para se chegar à cor vermelha: trata-se de uma uva clara e é preciso misturar com a casca de outras uvas. Tivemos uma miniaula de sommelier! Compramos duas garrafas de Cabernet e uma de Pinot. Agora, somos superentendidos!!!



19h

Agora vamos a um produtor de azeite, uma olivícola. Chegamos às 19h15, quase noite. Chama-se Laur, e é uma das mais antigas de Mendoza. O aroma do lugar é especial!!! Hum!!! Mas experimentei a azeitona do pé e é amarga demais! Afe!!

21h50

Estamos no Ceibo, um restaurante indicado pelo Chico Bela e Bá. Fica na frente da Plaza Italia, no centro de Mendoza. O Thominho pediu um cordeiro estofado (parace uma empanada gigante, com a carne macia, derretendo) e eu fui no conejo con papas (pobre coelhinho!!). Desde que cheguei à Argentina quero comer coelho, mas não tive oportunidade. Confesso que o prato do TO+ estava mais saboroso, mas o meu prato também estava muito gostoso e ele acabou comendo metade do coelho (para variar, enorme!). Tomamos um Malbec Alto Sur, envelhecido 4 meses no barril de carvalho. Agora sabemos o que isso significa - depois das 'aulas' nas bodegas.

Voltamos, vi a previsão do tempo para Los Penitentes e não cheguei a qualquer conclusão. Vi três previsões: uma dizia chuva, outra, sol, e a terceira, nublado. O que interessa é que a temperatura máxima ficará entre -1ºC e 1°C. Socorro!