26/07/2010

Mendoza - dia 12

02/setembro

Levantamos tarde, 10h, e o projeto de pedalar nos vinhedos foi para o brejo! Ainda bem, porque está um frio de lascar e descobrimos uma miniexcursão que nos levará a duas bodegas (vinícolas, Septima e outra menor) e mais um produtor de azeite, por 50 pesos cada. O recepcionista do hotel que nos indicou. Se for roubada, a gente xinga ele amanhã. Como a excursão só sai às 14h30, tivemos tempo de ir à rodoviária e comprar as passagens de volta para Buenos Aires (suíte royal master plus) e para Los Penitentes, onde esquiaremos amanhã! Eeeeeee


Aproveitamos para dar um breve passeio pelo centro. A cidade é pequena e muito bonita! Há muitos cafés, como em BsAs, onde as pessoas passam longas horas conversando, lendo, usando a rede wi-fi... Acho que o que elas menos fazem é tomar café, ainda que a variedade seja grande no menu - com leite, com espuma, chico, cortado, natural, doble, irlandês ou escocês...


12h50

Estamos sentados em um café/resto aguardando o almoço. De couvert, serviram uns pãezinhos em forma de bola, muito comuns na Argentina, com requeijão com gostinho de presunto, "queso untable". Ele está na foto ao lado, junto com os sorrentinos do TO+ (ele viciou!) e minha salada de frango, abacate, queso azul (roquefort) e folhas verdes. Imensa!

14h40

Saímos para a excursão. A primeira parada foi a Igreja da Madre de la Carrodilla (porque foi vista sobre uma carroça), que é padroeira dos vinhedos. É uma igreja que sobreviveu ao terremoto de 1860, que matou metade da população de Mendoza e derrubou grande parte da cidade. Ao lado da igreja há uma destilaria que faz licores, A La Antigua. É uma bodega familiar, de produção artesanal, criada há 20 anos. Eles também fazem destilados e conservas (salgadas e doces). Experimentamos algumas coisas: irish cream (Baileys) e muerte russa, um licor com pimenta verde. Muy caliente! Comemos dulce de leche com avelãs, muito saboroso. Vamos levar. Queria comer tudo, mas só pode degustar uma coisa :( Agora, partiremos para uma vinícola, provavelmente a Septima - do vinho que tomamos no La Cabrera, em Buenos Aires.



16h30

Mendoza produz vinho há 400 anos. As características do clima da região ajudam essa produção: a diferença entre a temperatura do dia e da noite é a principal, chega a 20ºC. Aqui há muito sol e o solo é árido - a parreira não precisa de muitos nutrientes. Quando a diferença de temperatura é alta, a fruta concentra mais açúcar. Antigamente, os argentinos traziam os vinhos da Espanha, o que era demorado e custava muito. A bebida trazida era para ser usada nas missas católicas, e também para consumo doméstico.

Na década de 70, a região passou a se profissionalizar e mudar a forma de fazer vinho, prestando mais atenção à qualidade. Antes, só havia dois tipos: vinho de mesa e vinho fino. Só.

A Septima é do grupo catalão Cordoniú, famoso pela cava. A família Cordoniú faz vinhos desde 1551. A Septima tem esse nome porque é a sétima bodega do grupo, também está na ruta 7 - e, afinal, 7 é um número de sorte.

Conhecemos os tonéis onde é feita a fermentação, repouso, maceração etc. É tudo muito moderno, frio e silencioso. O vinho fica lá, descansando em paz e no frio. E o cheiro da bodega é delicioso! Tomamos o sauvignon Blanc 2009 e o Cabernet Sauvignon 2007 - ano muito bom para a uva -, que ficou 6 meses no barril de carvalho americano.

Pela lei, não pode produzir vinho e espumante na mesma bodega, ou debaixo do mesmo teto. Isso porque na produção do segundo há adição de açúcar para a liberação de gás carbônico. Vinho com açúcar é vinho falsificado. O que pode acontecer é o fabricante adicionar algum tipo de levedura para acelerar a fermentação, jamais açúcar.

P.S.: O Thominho não para de tirar fotos!



Passamos pelo Rio Mendoza, totalmente seco. A água aqui é racionada e há diques e comportas que refream e controlam sua distribuição. A segunda bodega foi a Carmine Granata, na verdade, uma boutique, porque tem produção artesanal e pequena - 250 mil litros por ano. Os vinhos ficam no subsolo, é super geladinho, mas não há ar condicionado. O equipamento para amassar as uvas é de 1930! O controle da temperatura é natural, tudo como antigamente, "quando o vinho era feito com uva", disse um senhor que nos acompanhava na excursão.

Experimentamos o Cabernet Sauvignon 2007, jovem, suave, frutado e saboroso. Depois, um Pinot Noir 2003 (ou Pinot Negro), que ficou no barril de carvalho francês por 6 meses. Pinot é difícil de cultivar e difícil para se chegar à cor vermelha: trata-se de uma uva clara e é preciso misturar com a casca de outras uvas. Tivemos uma miniaula de sommelier! Compramos duas garrafas de Cabernet e uma de Pinot. Agora, somos superentendidos!!!



19h

Agora vamos a um produtor de azeite, uma olivícola. Chegamos às 19h15, quase noite. Chama-se Laur, e é uma das mais antigas de Mendoza. O aroma do lugar é especial!!! Hum!!! Mas experimentei a azeitona do pé e é amarga demais! Afe!!

21h50

Estamos no Ceibo, um restaurante indicado pelo Chico Bela e Bá. Fica na frente da Plaza Italia, no centro de Mendoza. O Thominho pediu um cordeiro estofado (parace uma empanada gigante, com a carne macia, derretendo) e eu fui no conejo con papas (pobre coelhinho!!). Desde que cheguei à Argentina quero comer coelho, mas não tive oportunidade. Confesso que o prato do TO+ estava mais saboroso, mas o meu prato também estava muito gostoso e ele acabou comendo metade do coelho (para variar, enorme!). Tomamos um Malbec Alto Sur, envelhecido 4 meses no barril de carvalho. Agora sabemos o que isso significa - depois das 'aulas' nas bodegas.

Voltamos, vi a previsão do tempo para Los Penitentes e não cheguei a qualquer conclusão. Vi três previsões: uma dizia chuva, outra, sol, e a terceira, nublado. O que interessa é que a temperatura máxima ficará entre -1ºC e 1°C. Socorro!



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