Ontem eu fui assistir Linha de Passe. Há tempos eu queria ver e só ontem consegui. É um filme que não tem clímax. Porém, é controlado, contido, equilibrado. Os personagens são gente comum, com defeitos comuns e sonhos pequenos. É bonito de ver porque lembra aquelas pessoas boas que você tromba na rua e nem sabe o quão lutadoras são. Pessoas para quem 50 reais faz a diferença. E, talvez, 10 reais faça diferença (ao contrário do que disse o novo namorado da Piovani, que jamais faria confusão em um restaurante por 10 reais. Eu faria.).
É um garoto atrás da identidade do pai; outro, motoboy, com filho e a fim de dinheiro fácil; um que era completamente do gueto, mas resolveu se entregar a Jesus; tem um garoto que sonhava em ser jogador de futebol, porém, um pouco velho para a profissão, e, por fim, a mãe, uma emprega doméstica grávida, que fuma e bebe e tem uma patroa gente fina.
Não tem apelo nem putaria. É belo por ser simples.
Um comentário:
É belo por falar de violência sem precisar de sangue. É belo por dar voz a esses excluídos sem a necessidade de um discurso político desgastado.
Só um adendo: patroa gente fina? vixi, não acho, não! Ao invés de propor uma licença maternidade, ela bem que tentou despejar a empregada...
Beijos!
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