17/11/2008

Bienal e a feira de ciências

Eu me esqueci de falar sobre a Bienal de Arte de São Paulo. A Magá me convidou para a abertura e eu fui toda pimpona - "A Bienal do vazio", "mó conceito". Conceito o caramba! É a "Bienal da falta de dinheiro", isso sim. Ela parece uma grande feira de ciências de escola. E das piorzinhas...

Para se ter uma idéia, tem biombos de madeira (aliás, toda a estrutura da feira é de madeira, parece barraco) com colagens de fotos de revista ou escritos - as colagens que eu fazia na capa do meu caderno eram muito mais criativas e esteticamente bonitas. Tem também insetos pregados com alfinetes e uma máquina de impressão para o visitante levar uma parte da Bienal pra casa. No térreo tem um monte de engenhocas feitas de madeira, motorzinho e fios. Só pode ser uma feira de ciências.

E tem um artista que disponibilizou cópias de suas fotos. O visitante escolhe oito imagens e pode levá-las para casa depois de imprimi-las em um A3. Então, a feira ganha uma carinha mais de parque de diversões. E tem também o tobogã - famoso tobogã. Deveria acabar em uma pscina de merda. Ia ter mais "conceito". Bem perto do biombo onde o visitante escolhe as fotos, sai uma corda que vai até o bosque do lado de fora do prédio e acaba em uma árvore. Será que é para fazer tirolesa? Teria tudo a ver com o conceito "pega e faça".

E tem também muito espaço vazio - não apenas no segundo andar, mas em todos os outros. O segundo é um grande vazio. Nos demais, o 'nada' está camuflado entre pouquíssimas obras de arte (de relevância muito discutível) e muitos bancos para se sentar. Para matar ainda mais espaço, fizeram uma biblioteca com livros da Fundação Bienal. tsc, tsc, tsc.

E a parte de vídeos? Uma tragédia. Eu lembro que as Bienais sempre traziam vídeos variados, que causavam sensações variadas - agradando o visitante ou não. Dessa vez, só dois vídeos (esquisitos) ganharam salinhas especiais. Os demais, estão sendo exibidos em espaço aberto, para o espectador confundir a iluminação e os sons externos com os do vídeo. Nada legal.

Ainda bem que a entrada é gratuita. Senão ia ter porrada. Cobrar para apresentar essa besteira é muita falta de caráter. A Bienal podia ter deixado esse ano em branco. Ficaria mais bonito deixar de fazer do que fazer mal feito.

Um comentário:

Anônimo disse...

já que não posso exigir o dinheiro, QUERO O MEU TEMPO DE VOLTA!