29/01/2008

Chove chuva

Dias de chuva costumam ser complicados para mim. Eu não entendo muito bem por que o simples fato de cair água do céu me deixa tão para baixo. Mas acontece, é ponto pacífico: o dia está feio, chuvoso, com céu fechado, a Laura fica de bode. Dia feio, dia de humor discutível – deprê, chateada, irritada...

Enfim, tenho uma teoria sobre meu corpo e a chuva. Sou como os répteis. Eles são pecilotérmicos, ou seja, a temperatura do seu corpo varia de acordo com a temperatura externa, diferente dos humanos, cujo organismo trabalha para se manter nos 36º. A minha pecilotermia tem relação com meu humor – quanto pior o dia (considerando que dias quentes e ensolarados atingem a perfeição), pior meu humor.

Dou, aqui, meus motivos para odiar dias chuvosos:
- As pessoas ficam molhadas, encharcadas e geladas. Isso pode contribuir para gripes fenomenais.
- As ruas ficam intransitáveis: carros demais, água demais, calçada de menos. Não quer molhar o pezinho? Não saia de casa! Não quer molhar a roupinha? Nem pense em andar na calçada.
- Os motoristas parecem nem imaginar que existem pedestres. Eles fazem questão de passar correndo sobre as poças. A coisa que mais me tira do sério é levar um banho de água suja – principalmente se estiver indo para um compromisso ou para o trabalho.
- Quando se leva o guarda-chuva, não chove. Quando se resolve não levá-lo, chove. Lei de Murphy.
- Lei de Murphy 2: quando se leva o guarda-chuva e chove. Todo mundo tem que ir de um ponto A até um ponto B debaixo da chuva. E escolhe a pior hora. O mundo cai, enquanto o seu guarda-chuvinha de 5 reais quase falece, você se molha todo e, quando chega no ponto B, a chuva acalma.
- Ônibus lotado já é um inferno astral. Quando chove, piora. As janelas ficam fechadas, o ar, viciado, e todo mundo fica melecado da água do guarda-chuva alheio ou dos casacos das pessoas que entram pingando no coletivo. Vagões de trem e metrô também sofrem do mesmo mal.

"Mas Laura, você não pensa na população, no abastecimento de água, nas áreas agrícola?". Claro que penso! As reservas de água são preciosas para o abastecimento e a produção de energia elétrica. Legumes, frutas e verduras sem água acabam morrendo, o que aumenta o preço de tudo. Não sou tão louca a ponto de esquecer que "água é vida", mas nada sobrevive afogado (nem legumes, nem gente). A minha solução: que se chova brandamente, dia sim, dia não, durante a noite (existe coisa mais gostosa do que dormir com barulhinho de chuva?) – e nos dias em que não saio de casa. Pode chover também naquele domingo em que isso se torna uma ótima desculpa para ficar debaixo das cobertas, fazendo nada, com as pernas entrelaçadas às do namorado. Ah, e quando estiver com aquele sol fritando na cabeça, sem compromisso algum, na praia ou no campo, a chuva vem pro bem (mesmo que durante o dia).

Um comentário:

Anônimo disse...

Meu, se tem um texto que poderia ser elevado à menos 1 e aplicado ao meu caso seria esse. Dias de sol, calor, poucas nuvens e etc. me deixam com vontade de cometer homicídios.