23/09/2009

Montevideo - dia 9

10h10

Depois do jantar fomos ao bar Fun-Fun, que fica pertinho do hostel. Lá, dois músicos tocam tango e tem uma bebida típica, a uvita. Mas o velho do Thomaz não quis ficar. E, como o dinheiro está contado, não valia a pena pagar couvert, cubierto etc para ficar 20 minutos. Volvemos.

No hostel, na hora de dormir, descobrimos que uma forte corrente de vento faz a porta do quarto bater loucamente, mesmo estando trancada. Parece que alguém, do lado de fora, socava a porta. Bizarro. Ficamos sem dormir até o TO+ levantar e descobrir que as portas do corredor, que dão para áreas comuns, tinham que ficar fechadas. E ele as fechou, putamente. Agora sim!

Agora, estamos num café para o desayuno, que serve um café com gosto de terra, segundo o TO+ (o problema foi que ele pediu café "natural" e não "cortado"). Depois, vamos a uma feira típica de domingo, na rua Tristán Narvaja e cercanias. (na foto, a feira)


20h02

A feira é totalmente freak: "tem de tudo, é um mistério". Juro, tem coelho, aranha, tartaruga, peixe, comida viva de peixe, faisão, pavão, cachorro, frutas, legumes, verduras, massas, queijos, pães, roupas, antiguidades, móveis, brechós, quinquilharias velhas, livros, galinhas, pássaros, plantas, algas, cereais, temperos, apetrechos de cozinha, livros velhos, empanadas, sapatos e roupas de couro (novos e usados) e tudo o que você acha que deveria estar no lixo, mas alguém acha que não e quer vender (celular velho, secador de cabelo velho, bota furada, prego usado, parafuso, brinquedo sujo, ralador de pimenta, chinelo de quarto velho, roupas amarrotadas e um sem fim de coisas!). Dá agonia! Mas é muito divertido. E cheio.

Voltamos para o hostel e fomos a pé até o Mercado del Puerto. É bem perto de onde estamos hospedados, por isso, achamos que não haveria problema ir caminhando. A recepcionista do hostel havia alertado na noite anterior que o lugar não era uma região muito bonita, mas arriscamos. Arriscamos mesmo, ainda mais porque o Thomaz decidia mudar o caminho toda hora para ver coisa nova. Acontece que, além de abandonada e erma, a região é cheia de casas caindo aos pedaços - e que, por incrível que pareça, abrigam pessoas.

Enfim, ficamos cerca de meia hora andando de um lado para outro, numa área amedrontadora. Não nos sentimos ameaçados, mas também não estávamos seguros. Segundo o TO+, aquela área era perfeita para uma emboscada.

Fomos ao Buquebus para comprar a passagem de volta para Buenos Aires e o cartão de crédito do TO+ não passou. Será que acabou o crédito? Será que não passou porque não passou? Será que estamos azarados mesmo? Paguei com o meu e fomos almoçar.

O Mercado del Puerto é muito legal, só tem restaurante. Uns mais chiques, outros mais simples, mas todos servem parrillada: carnes mil, miúdos, linguiças, legumes, peixes e frutos do mar assados na brasa. E até os mais simples têm taça de vinho na mesa. Como o estômago do Thomaz não está muito bom, escolhemos abadejo com saladinha. Para variar, muita comida: dois filés de peixe grandes, legumes e mais a salada que era para quatro, e não para dois, como disse o garçom. Saímos de lá felizes, bem alimentados, mas sem ter comido um boi inteiro - como era o costume nos dias anteriores.

Pegamos a linha 116 de ônibus e fomos para o Parque Rodo. Aqui, escolhe-se se a passagem vale 1h (16 pesos) ou 2h (21 pesos) e paga-se o valor correspondente ao cobrador. Chegamos ao parque e tinha outra feira, esta praticamente só de roupas. Fugimos dela e entramos no parque. Íamos andar de pedalinho no lago (que estava quase congestionado), mas desistimos porque as embarcaçõezinhas eram velhas demais e achamos que estavam quase afundando.

Do outro lado do parque tem um parquinho de diversões, em que você paga 29 pesos por brinquedo. Fomos à montanha russa, mesmo que parecesse aquelas do litoral sul de São Paulo, quase assassinas. Foi exciting, mas uma menina sentou no banco da frente (o carrinho era para quatro pessoas) e atrapalhou o videozinho do TO+.




Como a playa de Pocitos era logo ali, fomos a pé. No mapa, as coisas parecem longe, mas é tudo bem pertinho. Acho que as quadras de Montevideo son chicas. Os bairros do parque até a praia são bem bonitos, com prédios baixos e muitas árvores. Perto da praia, os edifícios lembram os da orla carioca. O calçadão parece Ipanema! Lotado!! Saímos de lá umas 17h30 e já estava muito mais cheio do que quando chegamos, umas duas horas antes. Deitei em um banco, no colo do TO+, e curti aquele vento delicioso, depois do calor escaldante que fez durante o dia. Até sonhei! Mas estávamos muito cansados e resolvemos voltar para o hostel em vez de ficar para ver a praia à noite. É engraçado porque as pessoas sentam no chão do calçadão, para conversar, tomar cerveja e outras coisas, como fumar um baseado.

Eu e o Thomaz nos impressionamos com a frequência com que vimos as pessoas tomando chimarrão - de novo. Inclusive em lugares proibidos, como dentro do ônibus. Na rodoviária também não pode. E nos restaurantes também. É um vício nacional maldito. Um aviso dentro do ônibus dizia que a água quente pode queimar quem está tomando e os demais passageiros. Tá certo! Em um cruzamento, três grupos de candidatos rivais, com bandeiras e folders. Acho que a eleição está próxima.

Pegamos o 116 de novo e voltamos para o hostel. Aqui, é a nossa mãe adotiva (a linha 116). Eu dormi e o TO+ assistiu a três episódios dos Simpsons na tevê. Em espanhol, obviamente. O outro canal está desde ontem passando uma espécie de Criança Esperança, mas mais mala porque nunca acaba. Queríamos fazer a reserva no hotel em que ficaremos em Mendoza, mas tem um velhinho que mora no hostel e não sai do computador! Ele fica vendo imagens de satélite e informações de ventos, correntes e cartas náuticas. Mardito!

Fomos jantar no Don Peperone, um restaurante de cadeia modernete de Montevideo. Queríamos experimentar o famoso chivito uruguaio, uma mistura de ovo, carne, queijo, presunto, pão e batata frita. Mas o nosso era mais fino e vinha com uma saladinha. A garçonete disse que o prato era para um, mas duvidamos porque havíamos visto o prato em outros lugares e era sempre imenso. É é. Gigante. Só a carne é pouca para duas pessoas, e não tem tanto presunto e queijo como no tradicional (ainda bem). Mas vem com um montão de batata, batatonese e salada de alface, tomate e cenoura. Comemos bem e ainda pedimos a sobremesa da casa que é fenomenal! Uma torre de delícias: biscoito, doce de leite e uma espécie de mousse de chocolate congelados, chantilly e calda. Hum!


30/agosto

Nenhum comentário: