08/09/2009

Buenos Aires - dia 2

23/agosto

12h

Ontem à noite fomos a um bar de jazz super gostoso, Thelonious Club, de música ao vivo. Era quase meia-noite e a fila, imensa. Pensei que não fôssemos entrar. Mas quando a banda fez uma pausa, o bar esvaziou e todo mundo que estava aguardando lotou o lugar novamente. Curioso. Quando voltamos, os jovens do hostel estavam fazendo um esquenta que durou até 3h da manhã! Se fosse eu, desistia de sair... ehehe

Hoje decidimos fazer um passeio a pé: ir de Palermo até a feira de San Telmo, pelas avenidas Santa Fé e 9 de Julio, ruas Florida e Defensa (detalhe no que está escrito no asfalto na foto). Paramos no meio do caminho para comer medialuna (croissant) e tomar café. Muy rico! Detalhe: os croissants aqui são doces, mesmo os recheados de presunto e queijo. O café é servido com água - com ou sem gás - em todos os lugares e muitos também dão um copinho de suco de laranja. Havia um homem no café que colocou uma camiseta no cachorro de estimação. Camiseta! Passamos pelo Obelisco, Calle Florida, Plaza de Mayo - Casa Rosada, e um sem fim de prédios antigos e lindos.


21h (no restaurante Cornileone)

Andamos umas 5h seguidas, a cidade é toda plana e o tempo passa rápido. Meus pés pediram socorro, minhas costas faziam questão de avisar que existiam. Enfim, cansaço total; mas valeu a pena.

Chegamos a San Telmo sem saber direito para onde estávamos indo. A feira é sensacional, com muitos artistas de rua, artesãos realmente originais, pessoas vendendo sanduíche de bife à milanesa e loucos de todos os tipos. Achamos incríveis os bonecos de um casal gordinho dançando tango, à la Botero (depois vimos os mesmo bonecos em vários lugares). Compramos um trapezista de papel marché super delicado, para pendurar no teto da sala. O restaurante em que almoçamos, Vintage Bar, era mais bonito do que bom. Mas barato.

O Mercado de San Telmo é um show à parte - assim como todo o bairro, só tem quinquilharia e coisas antigas, mas incrivelmente interessantes. Obviamente, trombamos com um monte de senhoras perfumadas. Lá também vende legumes, verduras, cosméticos, roupas, luvas, artigos em lã... Eu queria comprar tudo o que via, principalmente óculos vermelhos de todos os tipos, mas o Thomaz me desestimulou.

Tomamos um café delicioso no Havanna, que também tem doces do todos os tipos. Só de olhar engorda. É tudo lindo e gostoso nesse café. Aliás, é impressionante como em Buenos Aires tem confeitarias e padarias que vendem quase que exclusivamente doces, tortas e facturas (doces folhados e recheados). Muito doce gigante de encher os olhos. (na foto, o Mercado de San Telmo e os óculos)

Um programa no mínimo bizarro para fazer em San Telmo é visitar o Museu Penintenciário, na Humberto Primo. Que lugar macabro! Havia bonecos tipo manequins representando a polícia (quase sempre bravos) e detentos (sempre infelizes). Os bonecos mais horrorosos que já vi na vida, muito feios. Tinha representação de como eram as celas, enfermarias, boticas, armas, roupas, algemas (daquelas imensas, para pés e mãos) etc, etc.

Enfim, fomos embora. Eu, mais que o Thomaz, estava podre. Pegamos o metrô lá na 9 de Julio para voltar o hostel - parecia a locação de um Blade Runner latino. Sujo, velho, mofado e cheio. Os trens passam de 8 a 12 minutos, é um baita intervalo.

Depois de caminharmos tanto, certamente mais de cinco quilômetros, concluímos que a cidade é linda! Mas com muitos lugares sujos, do caixa eletrônico às ruelas próximas à Plaza de Mayo em direção a San Telmo. Uma pena. "Parece Europa", mas tem pobreza - como qualquer cidade latinoamericana. No balanço geral, adoramos cada quadra por onde passamos. Ao contrário do Brasil, pouquíssimos mendigos e pedintes.

Também vimos muitos cachorros andando com seus respectivos donos pelas ruas. E, pasme: um dálmata dentro do metrô. Como no Brasil, esses passeios na rua acabam deixando muito cocô na calçada.

O dia estava lindo, o passeio, maravilhoso. E nem escutamos tanto português assim. Voltamos para o hostel e eu fui tomar um ar na varanda. Vi um maluco levando o gato para passear. Juro! O gato! Na verdade, o gato estava sendo arrastado, coitado... (na foto, um mini carro parado no farol da 9 de Julio)

Jantamos no restaurante Cornileone (algo parecido com Corleone), em Palermo, próximo ao hostel - que fica numa parte mais sossegada do bairro, e não no burburinho de Palermo Soho e Palermo Hollywood. Eu pedi uma tilápia e o Thomaz foi de lomo ao molho de pimentas verdes - muito suave e delicado. Tudo muito delicioso!

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