17/08/2010

Como as músicas se fixam em nossa memória (ou só na minha...)

Para tirar o blog do "nadismo" (ato ou efeito de fazer nada, por Pula Onishi), resolvi escrever um post sobre memória. A minha memória musical.

É engraçado como algumas das músicas que aprendi nas aulas de inglês e espanhol ficaram impregnadas na minha cabeça. Solto a voz sempre que as escuto, sem vergonha, por mais brega que sejam. "Las cartas que escribi, nunca las envie, no querras saber de mi. No puedo entender la tonta que fui, es cuestion de tiempo y fe..." (Shakira, Estoy aqui - alguém se lembra dela como está na foto?). Há outra: "So tell me have you ever really, really really loved woman... To really love a woman, to undernstand her, you've got to known what deep inside..." (Brian Adams -!!!-, Have you ever really loved a woman) – essa última eu escutei hoje no carro, vindo para o trabalho. Óbvio, berrando cada verso. Tem umas não-vergonhosas, como Woman in chains (Tears for fears) ou The fool on the hill (Beatles). São essa quatro, basicamente, que ficaram marcadas por causa da escola e do curso de inglês.

Há outras, também, que me vêm fácil fácil à lembrança. Elas têm a ver com a infância infância mesmo, quando eu malemá sabia o que era música. Minha mãe gostava muito de Chico e Elis. E eu ficava animada, pulando, com Boi voador, seguido, na gravação, por Não existe pecado do lado de baixo do Equador.João e Maria e Noite dos mascarados, interpretadas pelos dois, também estavam no meu top ten.



Minha mãe também tinha um disco duplo (é, minha gente, disco) chamado "Um homem, uma mulher", que, obvimante, trazia faixas cantadas por um homem e... uma mulher. A versão brasileira de Endless love (Amor sem fim, em português), cantada por não sei quem, me arrebatou o coração. Eu quase choro toda vez que ouço. Minha mãe achava brega, mas eu não. Um toco de gente e romântica. O que diria eu daquela época sobre eu de agora? Certo, é brega.

Tem uma bem legal, que eu acompanhava com o encarte do disco no colo (porque tentava ler a letra). Boquita de cereza, do Tarancón. "Besa que te besa, boquita de cereza, sueña que te sueña que no eres para mí. Llora que te llora mis ojos de tristeza, no tengo riqueza, mi alma es para tí". Não é fofa? Eu fui a um show do grupo quando eu tinha uns dois anos. Minha mãe não queria me deixar com ninguém e me levou. Quando ela viu, eu tinha subido no palco e a vocalista estava me olhando desconfiada. (Ah, sim, quando eu era pequena eu tinha o péssimo hábito de subir nas coisas, em todas)



E me lembro muito bem de uma música irritante que eu aprendi logo nas primeiras lições da flauta doce. Faz muuuito tempo, acredite. "Que é da margarida, o quê? O quê? O quê? Que é da margarida, o que se vai fazer?" A música era só isso, uma das mais difíceis do livrinho. Fiquei treinando um dia inteiro para conseguir tocar sem tropeços na próxima aula. Só que minha tia resolveu passar a tarde em casa, coitada. Ela ficou louca com a música, até hoje ela se recorda da margarida. Impregnou. Total.

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