Passar uns dias num hotelzinho meia bomba no centro para fugir e esquecer os problemas, mesmo sabendo que eles não serão esquecidos. É algo que mais ou menos 99% das pessoas gostariam de fazer. Clicar no "reiniciar", fazer o que o tempo mandar, colocar a cara ao vento livre de preconceitos, fingir ser quem não é ou ser você mesmo com o máximo de autenticidade.
Chorar, gritar, esquecer. Dormir sem hora para acordar. Confiar naquele que mal conhece, esquecer aqueles que te conhecem bem.
Meu mundo em perigo, de José Eduardo Belmonte e que estreia no dia 10 de dezembro, é um pouco isso. É o mesmo diretor de Se nada mais der certo, PUTA filmaço. O novo longa segue a mesma linha "tragédia humana". Não chega a ser superior ao anterior, mas, ainda assim, muito bom.
O enredo dá uma forçadinha, mas é tudo muito bem feito, pensado. As falas são densas, cheias de significados. A trilha se mistura aos diálogos, a película, a retratos. A concepção estética casa ao tormento das personagens, nada é muito colorido, apenas as lembranças – saturadas. É tudo muito dolorido, sofrido. As lágrimas são de desespero, um pedido de socorro.
É a história de um homem perturbado, que acaba de perder a guarda do filho e atropela e mata um sujeito. O homem, Elias, é um fotógrafo (Eucir de Souza). A vítima, pai de Fito (Milhem Cortaz), que fica inconsolável e jura vingança. As atuações são ótimas.
Meu mundo em perigo ganhou os prêmios de Melhor Filme segundo a Crítica e Melhor Ator no Festival de Brasília de 2007. Demorou, mas agora ele veio.
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