27/11/2010

Em adolescente, eu...

... escrevia coisas do coração... (nada entitulado)


"Corpo interior
alma escondida
que guarda o veneno
do cigarro e da bebida

Prato de porcelana
em lua cheia perambula.
Será alma morta
que vive de sonho?

Tudo é branco
como o doce gosto do perfume
das rosas.
Aura que nunca morre"

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"Cárcere da solidão,
homem de dinheiro,
sonhador desiludido,
patriarca sem filhos.

Criador inesgotável,
pobre alma.
Conquistador inveterado,
pausa das decisões.

Criatura mercenária,
vivente de seu mundo,
camponês da metrópole, distante de todos.
É pai."

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"Em meio à neblina,
incessante tempestade o fere.
Todos daquele lugar lhe dão as costas,
não tem para onde fugir e
seus olhos cegam com a luz dos relâmpagos.
Fica, então, deitado sobre a grama
e sob a água que vem dos céus e o afoga.
Sente-se desmoronado.
Levanta-se humildemente e olha pra trás,
percebe quantos fantasmas
ficaram e lamenta-se. Então,
vira-se para o horizonte,
a tempestade parece não ter fim,
a força da água desvastadora
engole seu coração.
Quase não possui aquilo
que se chama amar. Sente rancor.
Caminha contra a
terrível enxurrada que o abate,
cada pingo d'água, uma lágrima.
Aguenta firmemente,
apesar das feridas e da dor. Um herói.
Quem dera fosse no pain, ninguém é.
Agora, passa pelo maior dos obstáculos
e consegue enxergar à sua frente diversos deles,
mas sabe que há de vencê-los."

Tem mais aqui e aqui.

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