06/04/2009

Chi Fu

Fui ao Chi Fu com toda a familiarada, nove pessoas. É um restaurante chinês lendário que fica na Liberdade, um pouco sujo, mas barato, uma delícia e sempre lotado. Achei estranho quando meu primo ligou dizendo que estava na "parte de cima, subindo a escada", porque ele sempre foi térreo. Quando cheguei, levei um susto!! Mudou de lugar (ainda na mesma rua) e está num casarão assobradado com decoração suuuuper china - dourado -, que nada lembra o ambiente sombrio do antigo endereço. Mas é óbvio que algumas coisas permaneceram - o 'sabonete' do banheiro ser Ypê verde (detergente), as garçonetes não saberem uma só palavra em português e você ter de apontar o prato que você deseja no cardápio bilingue. Alguns não têm tradução para o português, ou seja, se não lê mandarim, você nunca vai saber o que é. E jamais contará com a ajuda da garçonete para descobrir.

A comida continua gostosa e farta, com preço um pouco maior, mas ainda barato. A conta ainda vem em chinês e parece que a família Chi Fu trouxe mais gente da China para trabalhar - como o restaurante praticamente triplicou de tamanho, o número de funcionários também aumentou. O que me deixou triste foi perceber que não encontrarei mais sirizinhos fujões no caminho para o banheiro. Explico: certa vez, eu estava indo lavar a mão e um 'carregamento' de siris vivos tinha acabado de chegar. Só que os bichos não queriam saber de ficar na cozinha e saíram para passear pelo restaurante. Nisso, o cozinheiro estava desesperado correndo atrás deles. Muito engraçado.

Mas uma coisa me deixa intrigada nesse restaurante. Os caras ganham muuuito dinheiro; a mudança de endereço é uma prova disso. Acontece que estão há anos em São Paulo (conheço o restaurante há seis) e não tiveram a capacidade, ou a boa vontade, de aprender a nossa língua. As pessoas relevam isso porque 'faz parte' da aventura de comer lá. Mas eles continuam faturando alto e sem respeito algum à cultura e às pessoas que vivem na mesma cidade que eles. Algumas garçonetes são muito mal educadas e não fazem a mínima questão de não ser. Isso não quer dizer que eu não volte lá, mas dá uma frustrada.

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