26/03/2009

conversa de "elevador"

Não foi no elevador. Mas poderia ter sido. Na fila do ponto de ônibus... na portaria do prédio. O motorista da empresa me solta um "será que o Brasil consegue se livrar da crise?". Esse papo é tipo "nossa! Como está calor!!"

Enfim, eu respondi o que achava, não queria deixar o simpático moço falando sozinho e sem dar a ele uma posição pessoal sobre a crise. O que o Lula falou sobre gastar é bom para movimentar o mercado e gerar capital para as empresas. Imagine se todo mundo para de comprar? Aí sim o Brasil afunda... por isso que não vale mais a pena colocar o dinheiro na poupança. Ou você gasta, ou coloca debaixo do colchão. Ações? Nem pensar. Não para o cidadão comum.

Ele queria trocar de carro, comprar um mais novo. Afinal, é seu instrumento de trabalho. Mas desistiu, não sabe o que esperar do futuro. Se ficar sem emprego, não terá como pagar a dívida. Se tivesse o dinheiro à vista, aconselharia comprar o carro.

Esse papo de emprego me abriu a oportunidade de mandar bronca nas terceirizações... Depois que eu falei que, como ele ganha um fixo pequeno e o resto por horas trabalhadas, a empresa não pagaria o que ele realmente ganha mensalmente caso o demitisse. A multa, o FGTS, as férias... é tudo calculado em cima do salário base. "É como se você ganhasse como vendedor, por comissão. Mas você não é vendedor." Ele pensou um pouco... e viu que estava sendo enganado. Mas nada poderia fazer... "É verdade, eles não me pagariam o que eu realmente tenho direito." E a conversa finalmente terminou fértil. Espero que ele espalhe para todos os amigos motoristas.

"O ruim é que a editora paga muito mal. Nem vale a pena trocar o carro." No que eu respondi que alguns motoristas tinham virado taxistas... "É, eles ganham melhor mesmo. Mas trabalham muito mais." E não sofrem da doença contemporânea chamada terceirização.

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