27/09/2011

O dia em que saí do interior de SP para a Croácia. De trem

Meu sonho de hoje foi doidão. E, para tirar novamente as traças deste blog, torno-o público.

Eu estava fazendo uma matéria sobre transporte, trens, e tive a brilhante ideia de seguir uma linha do começo até o fim. Eu, um pouco de dinheiro e uma câmera fotográfica cuja memória já estava no fim. A linha do trem não era uma linha comum: ela ia do litoral de São Paulo, passava pelo interior e depois ia para a França. É, para a França.

Peguei o trem em uma parada qualquer e fui. Mas não era exatamente um trem, pareciam uns carros de mina de carvão, e eles batiam muito uns nos outros – e havia miniprecipícios ao lado. Fiquei com medo, mas o piloto (porque nessa hora não existia maquinista) era bom de manobra arriscada.

Cheguei a uma estação grande, elevada, com uma espécie de hortifruti embaixo. Ali encontrei um editor executivo da Época fazendo reportagem de campo com um primo meu que é fisioterapeuta (!!). E, no meio do hortifruti, minha avó, que segurava uma caixa com morangos e blueberries. A essa altura, eu já estava no interior paulista. E minha abuela tinha vindo de Piracicaba com uma van fretada. Parece que a feira ali era a melhor da região. Eu e meu primo falamos com ela, filamos uns morangos, e saímos. E fotografava tudo, tudo.

Alguns quilômetros dali havia outra estação de trem, a estação internacional que levava para a França. Peguei um táxi para lá. Ele deu uma volta enorme, o taxímetro quebrou (teve uma hora em que olhei e estava marcando preço negativo), o taxista ficou puto e eu descobri que não tinha mais um real no bolso. Da minha carteira saíam várias notas, muito dinheiro: peso argentino e dólar. A corrida deu 9 reais, e, para o meu alívio, um outro primo meu de repente se materializou dentro do táxi e pagou minha conta. Ufa!

Entrei na estação e peguei o primeiro trem. Para a França? Sem um puto na carteira, exceto pelos pesos ou dólares – que ali não tinham nenhuma utilidade. Levei um susto quando desci do trem e não vi nenhuma França. Era a Croácia. E não sei também por que era Croácia. Mas era. E não havia meios de eu achar um caixa eletrônico. Eu andava por aquelas ruas, que pareciam mais labirintos de camelôs, e não conseguia encontrar nada. É horrível você se perder no sonho. As lojas não aceitavam cartão. Foi tenso. No fim do sonho, achei um ATM. Mas acordei antes de saber se ele serviria para alguma coisa.

4 comentários:

Vagner Magalhães disse...

Isso é que é viagem. O resto é brincadeira de criança.

Beijos,

lau disse...

Vagninho! Saudade!! Tá no México?
bj

Anônimo disse...

Lau,

Pois eu, que nem sonhava em ir, fui dar com os costados na Ucrânia.
Ah, as noivas de Odessa...
Aqui ó: http://maracatublog.wordpress.com/2011/06/20/mar-negro-2011-ah-as-noivas-de-odessa/

Cheiros,
Hélio

lau disse...

Hahahahah, sensacional, Hélio! Adorei a abordagem dos noivos. Sabia que eu tive um namorado descendente de ucranianos? Lá em Curitiba... rs
bjos!!