A moça arrasou total. Apesar do barulho do sapato dela me incomodar muito, caminhamos quase juntas durante algumas quadras. Às vezes eu passava na frente, mas, no farol, fechado para pedestres, ela sempre passava na minha frente - tinha uma necessidade quase incontrolável de ficar na rua esperando o farol abrir, ignorava a calçada.

O mais engraçado foi ver a reação dos passantes, o que parecia excitar a mocinha e inflar seu ego a ponto de perder o chão. Ela era bem bonita, produzida, corpitcho enxuto, peitão e roupa que valorizava tudo isso. Usava até cílios postiços. O que zuava mesmo era o barulho do salto, o perfume e o cabelo bizarro.
Comecei a prestar atenção nos que vinham que vinham à nossa direção. Foi unânime: os homens olhavam para trás com cara de desejo; as mulheres, com cara de nojo. E eu ria. Como ri! É engraçado porque isso mostra como são os homens e como são as mulheres, não importa sua nacionalidade. Ao ver uma imagem dessas, os homens não pensam duas vezes em olhar de novo e gostar. As mulheres não pensam duas vezes antes de julgar e fazer cara feia, de reprovação. Não me cabe fazer juízo da reação alheia. Eu me diverti muito.
Finalmente, depois de umas cinco quadras, a moça foi para o outro lado da rua. Perdi a movimentação dos transeuntes. Mas estou certa de que, do outro lado da rua, o sucesso que ela fez foi igual, para o bem ou para o mal.
Só não entendi o que era aquele rapaz: um amigo, um caso, um protetor ou um cara que se apaixonou e decidiu segui-la durante o passeio na rua. Eles não trocaram palavra.
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