05/10/2011

Correio gastronômico e balada hospitalar

Correio gastronômico

Tenho um amigo que diz: "só recebo contas pelo correio, nunca mais recebi cartas de amor...". Além das contas, recebo mala direta, multas, pedidos de doação e cardápios de restaurante delivery.

Antes de ontem abri minha caixa de correspondências e tinha lá: conta de luz, de gás, condomínio, extrato bancário, cartão de crédito com promoção de "faça 3 compras e ganha 30 reais" (esse aí até que é bom) e cardápios dentro de envelopes. Dentro-de-envelopes, e não aqueles que os porteiros colocam no meio da correspondência... Pizzaria Bella Napoli, padaria St Etienne (com um incrível "Faça sua festa Aqui!"), China in Box e uns outros que eu joguei fora antes de abrir a porta de casa. O melhor: o China in Box me enviou uma RASPADINHA, tipo aquelas de loteria, sabe? (olha na foto!) Ganhei uma porção de rolinho primavera, se eu fizer uma compra acima de 30 reais. Ou seja, mesma coisa que aqueles papeizinhos de "destaque aqui"...

A única conclusão que eu posso tirar: quanto gasto de papel!


Balada hospitalar

Ela apareceu em novembro de 2002. Veio na surdina e foi ganhando tamanho, forma... até que eu fui ao gastro e ele decretou que eu estava com gastrite. Ano passado ela apareceu novamente, safadinha, nem avisa quando vem. Neste ano, estou fazendo sua cama há uns dois meses e, nas últimas duas semanas, ela deu para fazer estripulias, chamar atenção. A gastrite certamente está de volta e dessa vez veio com o gás de um adolescente que sai para a balada.

Com menos energia, fui ao hospital ontem. Estava com uma dor generalizada mesmo, diferente das dores que tive até então. Vai que tem um monstro nascendo dentro de mim? Tomei medicação na veia, dois remédios. Esse negócio dói pracarai. Pior ainda é ficar com o soro dependurado sobre sua cabeça, e com aquela agulha grossa perfurando sua veia!!!! No meio da medicação, me colocaram numa cadeira de rodas para fazer raio-x. Eu nunca tinha andado em uma cadeira de rodas, fiquei meio incomodada. Entrei na sala para fazer a chapa da minha barriguinha, e começaram as dificuldades.

1) A noite estava fria, eu estava com uma blusa de manga comprida. Só que não podia ficar de sutiã no raio-x. Detalhe: estava com a medicação enfiada no meu braço... Como tirar um sutiã sem tirar a blusa e sem estourar minha veia? O técnico do raio-x me ajudou e foi mestre. Deve estar acostumado.

2) Despida de sutião, é hora de colocar aqueles aventais com buraco pra trás. A medicação mais uma vez me traiu. Passa o braço pra cá, o avental pra lá, a bolsa de soro pra cá... aí o sangue começou a escorrer pela magueirinha, afe! Eu tenho pavor de sangue!!

3) Não contente com isso, ainda tive que abaixar minha calça até o joelho para fazer o raio-x. Agora, visualize a situação: bolsa de soro conectada com sua veia por uma maldita agulha que só faz doer; avental de bunda de fora e ter que, com uma mão, por baixo do avental, desabotoar a calça e abaixá-la. WHAT? Sério, vou desenhar para vocês.


4) Depois de tirar o raio-x em pé, a máquina começou a se mexer, para eu ficar deitada. Parecia uma experiência mezzo parque de diversões mezzo espacial. Deu medo, parecia que a máquina deitaria demais e eu cairia pra trás... e a agulha estouraria minha pele. Que aflição!

E foi assim que terminei a minha balada hospitalar. O que melhor eu poderia fazer numa terça-feira de madrugada, né?

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