13/06/2008

Desabrochar

Despertou. Mas não acordou. Os olhos, inchados, custavam a abrir totalmente. Estava com aquela preguiça preguiçosa das manhãs de domingo. Mas era segunda, dia em que não há espaço para sonhar. Mudou de idéia...

Agora, queria ficar mais próxima do mundo, da correria, do pulsar da cidade. Talvez fosse a hora de deixar a segurança das quatro paredes e dos pés da cama que a fixavam ao chão. Era hora de se levantar para o mundo.

Queria mais e mais. Queria não depender, queria escolher, queria por asas em sua imaginação. Queria que todo dia fosse aquela segunda-feira. Queria que todas as horas fossem dias de sol, ou tardes de chuva.

Sentou-se na cama. Molhou a garganta com água fresca. Sorriu timidamente. Calçou os chinelos e saltou energicamente do colchão, que a abrigara nas últimas confortáveis horas do fim de semana.

Abriu a janela e, com a luz emoldurando as belas curvas de sua face, enxergou à frente uma passarela sem fim, que a levaria onde quisesse chegar.

Despertou do sono de menina. Acordou mulher.

Nenhum comentário: